Olá, antes de mais nada, tem resenha dos episódios anteriores, basta clicar neste link.
Resenha
Os episódios 4 e 5 de Murderbot representam um momento decisivo: a série, que até então se mantinha entre a introspecção e a tensão contida, começa a mostrar a verdadeira magnitude do conflito. Embora o ritmo ainda seja contido, a tensão aumenta, tanto em relação aos personagens quanto ao protagonista, cuja fragilidade se torna cada vez mais evidente — apesar (ou por causa) de sua tentativa de aparentar indiferença.
Segredos corporativos e o silêncio das máquinas
O episódio 4 apresenta uma instalação fantasma: um posto avançado que sumiu dos registros, mas que apresenta indícios de violência e abandono. O enigma se aprofunda: por que a empresa esconde provas? Por que existem registros danificados no sistema?
Murderbot investiga sem solicitar autorização, o que o coloca em conflito com os protocolos de segurança — tanto da missão quanto pessoais. A direção mantém a tensão constante, porém baixa. O silêncio que permeia os corredores da estação fala mais do que extensas conversas.
Conflitos internos (e externos)
No quinto episódio, a história ganha velocidade. Um ataque direto ameaça o grupo de cientistas e obriga o Murderbot a se comportar como aquilo que mais abomina: um herói. A sequência de ação é concisa, precisa e eficiente — um confronto intenso e violento contra drones e armamentos automatizados.
Porém, o foco está na resposta emocional do protagonista. Murderbot entra em crise ao salvar humanos que diz não gostar. "Não fiz isso por gostar deles. Fiz porque...”, e ele nunca termina a frase. A atuação de Alexander Skarsgård se destaca especialmente nos momentos de pausa, nos olhares evasivos e na narração interna que aparenta indiferença.
O vínculo com a Dra. Mensah também se desenvolve: existe uma confiança implícita, mesmo que nenhuma das partes saiba exatamente como lidar com isso. Murderbot não aceita ser tratado como um ser individual, mas também não consegue agir como uma ferramenta.
Tom e estilo seguem firmes
A série mantém o foco em uma estética limpa e funcional. Nada é excessivamente estilizado, o que é coerente em um mundo controlado por corporações. A trilha sonora permanece sutil, quase inaudível, permitindo que o som ambiente e a voz interna do protagonista se destaquem.
Os episódios continuam curtos (com menos de 30 minutos), porém cada minuto tem um papel narrativo definido. Não há gordura: tudo é desenvolvimento de personagem, mundo ou conflito.
Veredito parcial
Murderbot continua em alta. Os episódios 4 e 5 aprofundam o mistério principal, ampliam o universo da trama e, principalmente, tornam o protagonista ainda mais intrigante em sua resistência em ser encantador.
Destaques: Ação pontual e eficaz, tensão crescente, desenvolvimento emocional sem sentimentalismo.
Atenção: O estilo minimalista pode parecer “frio”, mas é exatamente isso que torna o drama tão eficaz.
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