O Céu da Meia-Noite (Midnight Sky, 2020) é um filme de ficção científica dirigido e protagonizado por George Clooney. A história é baseada no livro Good Morning, Midnight (2016), de Lily Brooks-Dalton.
O Céu da Meia-Noite, dirigido e estrelado por George Clooney, é uma fusão de drama pós-apocalíptico e ficção científica, tendo como base o romance Good Morning, Midnight (2016), de Lily Brooks-Dalton. O filme alterna entre duas histórias: a de um cientista solitário no Ártico, lutando para sobreviver a uma catástrofe global, e a de uma equipe espacial que volta de uma missão em K-23, sem ter consciência de que a Terra está em ruína.
Embora a premissa seja cativante e a produção visual seja notável, o filme enfrenta dificuldades para balancear seus temas profundos com um ritmo lento e um roteiro que, apesar de ambicioso, falha no desenvolvimento emocional e na consistência narrativa.
Pontos Fortes
O filme possui uma atmosfera visual e uma boa direção de arte. A cinematografia de Martin Ruhe (Capitão Phillips, The American) é um dos destaques, com sequências espaciais majestosas e paisagens árticas desoladoras que reforçam o tom melancólico do filme. As cenas no espaço lembram Gravidade (2013) e Ad Astra (2019), com planos longos e efeitos visuais imersivos.
O design da nave Aether e os trajes espaciais são bem-realizados, dando credibilidade ao futuro retratado (2049).
Outro ponto de destaque é a atuação sólida de George Clooney entregando uma performance contida e emocional como Augustine, um cientista doente e arrependido, cuja última missão é impedir que a tripulação retorne a um planeta moribundo. A química entre ele e a jovem Caoilinn Springall (Iris) é tocante, embora subutilizada.
Por último, mas não menos importante são justamente os temas interessantes que o filme explora: solidão, culpa e redenção, especialmente na jornada de Augustine, que enfrenta seu passado enquanto tenta salvar o futuro. A ideia de que a humanidade pode estar condenada, mas ainda há esperança em recomeços distantes, é um conceito forte, embora não totalmente explorado.
Pontos Fracos
O roteiro é muitas vezes disperso e previsível tendo narrativa que oscila entre o Ártico e o espaço, mas as duas linhas não se conectam de forma satisfatória. Os flashbacks de Augustine (interpretado por Ethan Peck) são mal integrados e não aprofundam suficientemente seu arco. O terceiro ato recorre a reviravoltas clichês e explicações apressadas, diminuindo o impacto emocional.
Outro ponto que me incomodou foi os personagens subdesenvolvidos. A tripulação da Aether (Felicity Jones, David Oyelowo, Kyle Chandler) tem pouco tempo para se destacar, tornando difícil se importar com seus destinos. A relação entre Sully (Jones) e seu companheiro (Oyelowo) é rasa, e um subplot envolvendo uma gravidez parece forçado.
E para fechar a tampa do caixão: o ritmo lento e tonalidade confusa uma vez que, o filme hesita entre ser um drama introspectivo e um thriller de sobrevivência, resultando em cenas que arrastam sem grande propósito. A tensão é mínima, mesmo em momentos que deveriam ser intensos (como um reparo na nave ou uma travessia perigosa no Ártico).
Comparações e Influências
1 - Semelhante a: Ad Astra (solidão no espaço), Gravidade (sobrevivência técnica), The Road (pós-apocalipse melancólico).
2 - Diferença: Enquanto Ad Astra mergulha na psicologia do protagonista, O Céu da Meia-Noite apenas arranha a superfície de seus temas.
Veredito Final
Nota: 6/10 – O Céu da Meia-Noite é um filme visualmente deslumbrante com performances competentes, mas sua narrativa fragmentada e falta de profundidade emocional impedem que atinja todo seu potencial. Recomendado para fãs de ficção científica contemplativa, mas não espere uma obra tão impactante quanto seus predecessores do gênero.
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