HQ: Fábulas do Velho Mundo

. Autor: Sergio Toppi
. Editora (Brasil): Skript
. Gênero: Ficção histórica, fantasia, fábula, drama
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Resenha

Aqui temos uma coletanea de fistórias de carater mais instimista de Sergio Toppi, contando histórias de sua infancia, que eram contadas por seus pais e avós. 

Toppi não se preocupa com uma narrativa tradicional. Em vez disso, cada história funciona quase como uma lenda ilustrada, com forte carga simbólica e uma linguagem gráfica que fala tanto quanto as palavras. Seus personagens — guerreiros, reis, andarilhos, feiticeiros — são muitas vezes movidos por orgulho, vingança ou desejo, em tramas que culminam em finais amargos ou melancólicos, como lições de moral sombrias.

O traço de Toppi, inconfundível, faz da página um campo de batalha visual. Ele fragmenta quadros, distorce perspectivas, usa tramas e hachuras para criar uma sensação quase hipnótica de densidade e peso. Seu trabalho é mais próximo da gravura ou da ilustração clássica do que do quadrinho tradicional, evocando mestres como Gustave Doré, mas com um senso de experimentação radical.

As histórias funcionam tanto isoladamente quanto como um conjunto temático. Todas refletem sobre o poder, o destino, a violência e o sagrado, num mundo em que o mito se sobrepõe à realidade e onde o passado nunca está completamente morto.

Fábulas do Velho Mundo é uma leitura obrigatória para quem aprecia o quadrinho como arte. Não é uma obra para quem busca ação rápida ou trama contínua, mas sim para quem quer se perder em atmosferas densas, contemplar imagens que valem por mil palavras e refletir sobre as pequenas tragédias da alma humana em tempos esquecidos.

Uma obra-prima do quadrinho europeu, que mostra por que Sergio Toppi é reverenciado como um verdadeiro alquimista da arte sequencial.

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